O “motor” do Atlético-MG não funcionou com toda sua potência neste domingo. (Veja os melhores momentos ao lado) Encarregado de impulsionar o Galo e mantê-lo na liderança do Campeonato Brasileiro, Ronaldinho Gaúcho conheceu melhor a forma de jogar dos operários corintianos campeões da Libertadores. Genial em alguns momentos, sumido em outros, a estrela se apagou diante da voluntariedade corintiana.
Tite não optou por uma marcação individual para tentar pará-lo. Ralf e Paulinho, peças-chaves no esquema, alternaram a responsabilidade de contê-lo. Por cerca de 30 minutos, não funcionou. Ronaldinho teve espaço para criar e se movimentar. O Galo só não ficou em vantagem por errar em demasia nas finalizações.
O maior exemplo da liberdade que o R49 teve para desfilar ocorreu aos dez minutos. No campo defesa, o craque aplicou um chapéu e uma linda finta em Douglas, disparando em velocidade. Com efeito, acertou um lindo passe por cima da zaga para Bernard, que preferiu tocar para Jô em vez de chutar, e perdeu grande oportunidade.
O lance fez o Corinthians acordar na marcação. Ronaldinho não ganhou um seguidor pelo campo, mas passou a ser acompanhado mais de perto pelos defensores corintianos. Deu certo. O armador caiu de rendimento, deixou de abrir espaços e os mineiros não mais incomodaram.
A estratégia seguiu no segundo tempo. A diferença esteve no comportamento ofensivo. O Timão voltou mais agressivo, veloz e se impôs no ataque, evitando sustos na defesa. Ronaldinho praticamente desapareceu pelo lado esquerdo em meio à proteção de Ralf, Paulinho, Alessandro e Chicão.
O gol de Paulo André, aos 17 minutos, foi um duro golpe que atingiu em cheio ao Galo. Nem mesmo as expulsões de Emerson e do técnico Tite, aos 31, fizeram o alvinegro de Belo Horizonte reagir, principalmente pela baixa produtividade de seu principal jogador. Dos pés dele partiu apenas uma finalização, a única, que Cássio defendeu.
Os números, aliás, comprovam a atuação irregular. Além de ter chutado apenas uma vez ao gol, Ronaldinho foi quem mais errou passes em campo - sete no total. Apesar da marcação, não recebeu nenhuma falta dos corintianos e ainda cometeu três. Pelo menos desta vez, a garra superou a técnica.
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